2007-07-21

2007 07 07 - Göttingen, um pouco de História

Em pleno dia cabalístico 07.07.07, resolvemos bancar os turistas na própria cidade em que moramos. Pagamos 5 euros por adulto e nada pela Déborah, e fizemos um passeio histórico com guia, pelo centro da cidade. Começamos pela antiga Rathaus (prefeitura) e terminamos num restaurante subterrâneo, ao qual Marcia não resistiu. Nosso almoço foi lá. Comida boa, ambiente medieval e o preço é razoável -mas pra se ir só em ocasiões especiais.





Sala administrativa da antiga prefeitura. A iluminação é fraca; será que foi sempre assim, ou seria agora por motivos de conservação do ambiente?


Ainda na mesma sala, a guia mostra o cofre em cujo interior era guardada toda (toda mesmo) a papelada burocrática da cidade.



Olhe aí o cofre aberto. Nesse ponto, dá inveja daqueles tempos... A burocracia era mínima, pelo jeito.



Detalhe do salão central.



Acontecia um casamento, no dia.



Outro detalhe do salão: a porta para a antiga sala do casamento civil.



Não dá pra ver bem, mas o soldado no quadro segura uma cerveja. É a bebida mais comum por aqui nos brindes, civis ou militares.



O senhor da estátua teve realmente essa altura, 1,42 m, por uma doença que o impediu de crescer mais. Seu crescimento foi de outro modo: ele é Georg Christoph Lichtenberg. Graças a ele, hoje nada se cria, tudo se copia; seus estudos com eletricidade levaram-no a descobrir o princípio das máquinas de Xerox.



Pedaço de muro onde funcionou uma prisão especial, embaixo da antiga prefeitura. Especial, porque servia de prisão apenas aos nobres. Por que não trouxeram o Maluf pra ficar aqui em sua estadia?


Fonte Gänselisel: existe uma tradição na cidade ligada a ela. Os alunos que concluem doutorado na universidade local devem beijar a estátua da moça... Uma idéia dos tempos em que só homens faziam doutorado.



Antigamente, por razões de segurança e privacidade, alguns cidadãos construíam barzinhos e jardins na parte interna dos quarteirões, entre as residências. Hoje, esses lugares são abertos ao público. Veja o detalhe do toldo amarelo. Ainda vou saber porque há uma bandeira de Cuba pendurada... se ela estiver lá, quando eu for novamente.




Em frente ao prédio central da Georg-August-Universität, um jardim. Um pouco mais à direita, fica o restaurante universitário, onde se paga bem pouco pra comer - mesmo sendo um pouco mais caro para o cidadão comum, compensa.



Prédio central da universidade. No alto, as figuras esculpidas representam, cada uma, um campo de estudo diferente: química, biologia, und so weiter...



Na parede, quadros dos diversos reitores da universidade. Dá pra perceber, pelas roupas, quanto tempo de história há por aqui: no mínimo, 200 anos.



Estátua de Jacob, um dos irmãos Green, famosos por histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Cinderela e Os Músicos de Bremen. Também escreveram uma gramática e um dicionário da língua alemã. Foram professores da universidade de Göttingen.
Porta de entrada do restaurante subterrâneo,...


... ao qual se tem acesso por uma escadaria...



... e que nos remete a tempos medievais.



Detalhe do brasão da cidade, pendurado na parede do restaurante.

2007-07-14

Encontros com gente de todo mundo

Viver numa cidade universitária da Europa é ter a oportunidade de conhecer, ou ao menos encontrar, gente do mundo todo. No meu caso, isso já aconteceu quase que literalmente, se o parâmetro forem os continentes. A relação dos 42 países:
América do Sul: Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Uruguai, Venezuela. Fora os brasileiros.
América do Norte: EUA e México.
África: Gana, Nigéria, Camarões, Egito, Marrocos.
Ásia: Arábia Saudita, Afeganistão, Azerbaijão, Jordânia, Paquistão, Irã, Índia, Sri-Lanka, China, Coréia do Sul, Japão, Bangladesh, Uzbequistão.
Europa, fora os alemães: Polônia, Romênia, Ucrânia, Turquia, Grécia, Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Bélgica, Belarus, Rússia.
Oceania: Austrália.
Falta ainda alguém da América Central...


Alemanês do dia, hoje com expressões úteis para turistas:
Ich würde die Rechnung bezahlen. - Eu gostaria de pagar a conta.
Entschuldigung. - Desculpe. Mas se você falar Sorry, que é inglês, todo mundo entende...
Ich spreche keine Deutsch. - Eu não falo Alemão.
Ich habe das nicht verstanden. - Eu não entendi.
Können Sie bitte auf Englisch sprechen? - Poderia falar em Alemão, por favor?
Bitte. - Por favor.

Outras palavras que requerem um pouco de paciência para falar e memorizar:
Telefon - Telefone.
Nummer - Número.
Original - Original.
Krimi - Crime.
Marken - marcar.

Para dizer "nacionalidade", é fácil: Stadtangehörigkeit. Entendeu? Na próxima postagem, quem sabe você já aprendeu...

Escola de Alemão, com nenhum alemão - nem as duas professoras, segunda e terceira da esquerda para a direita. São da Polônia e de Belarus.

Fizemos, junto com o casal brasileiro André e Karina, uma feijoada pros amigos gringos.

Ainda nesse dia: André, Karina e Déborah conversando com Ali e Shirin, do Irã.


Encontro em casa: Fukumi, do Japão, que adotou o nome Christina aqui na Europa; eu, Gabriella, italiana da Sicília (mas não é de família mafiosa, felizmente!); André e Karina.


Arigato, Christina!


O chefão da Marcia e sua mulher. Fomos convidados pra jantar com eles. Ele é divertido, bem-humorado. Segundo informações, os alemães do sul são mais assim. Na foto de baixo, a mesa do rango.




Austrália, China, Coréia, Egito, Uzbequistão, Brasil e Bangladesh reunidos para um evento aqui no condomínio, onde só moram estrangeiros.

2007-07-09

2007 06 30 - Kassel, Documenta

Rumo aos ingressos.


A tradicional feira de arte Documenta, famosa no país, acontece de cinco em cinco anos desde 1952. Para quem é do ramo, um prato cheio. Há desde a arte tradicional - pintura, escultura - até maluquices como um caixão com forro vermelho cercado de velas acesas, ou um pano de pára-quedas estendido em uma parede preta ao lado de um quadrinho branco com duas linhas retas perpendiculares riscadas, coisas que absolutamente não significam arte, em minha opinião, e das quais irei poupá-los aqui... Entendo arte como algo que demonstra alguma técnica aprendida e que tem necessariamente uma função decorativa e/ou comercial, e eventualmente representa uma época ou lugar histórico.


Apresentando, à esquerda, nosso casal amigo Matthias e Michelle. Ele de Hamburgo, ela carioca.


Na entrada do primeiro prédio, onde...


...havia um salão cheio de fotografias de fachadas antigas de comércio...



...e filmes viajados, entre pedras, tapetes e outras coisas que há quem chame de arte.



Na entrada do segundo salão.



Que tem bichões de pelúcia e...


...tapetes realmente artísticos.


Essa girafa é resultado de uma arte chamada taxidermia, mais conhecida por "bichos empalhados". Nada de especial, a não ser pelo fato de que esta nossa amiga morreu de... susto! Isso foi num bombardeio na guerra da Iugoslávia, há cerca de 15 anos.


Isso aqui também foi interessante: um grupo de dançarinos em volta de panos amarrados e pendurados. A dança alternava momentos no chão com outros tendo os dançarinos entrelaçados aos panos, como na foto.



Tapetes curiosos de Israel - ou com alguém fã da bandeira desse país.


Legal: bichos decorativos feitos com galões plásticos.



Outra brincadeira a partir de galões resultou nisso aqui, um misto de bote com tanque de guerra.



Essa foi boa: a obra desta foto, feita com portas apanhadas de demolições, desabou com o vento e ficou como se vê abaixo. O detalhe é que o autor depois declarou que o vento deu o toque que faltava!




Pra não perder o costume, alemães fazem miniaturas.